O mar agita-se aos meus pés.
Indomável, mas meu por instantes,
lambe-me a pele submisso,
salga minhas angústias
para, depois, devorá-las com toda sua imensidão.
Calmamente, então, despede-se em ondas.
Ali na praia embevecida,
deixa-me doce,
banhada de pureza.

Volto, então, para dentro
de mim e sinto toda dor
da saudade que me invade,
por sua partida, mesmo
banhada por ondas do mar
meu coração chora sua falta.
Lentamente olho para
o mar e peço, em oração,
que traga-o de volta.
Meu coração não pode mais
ficar assim, esperando o próximo
verão ou a sua solidão para que
se lembre de mim, tal qual as
ondas batendo nas rochas.