Penélope Lsteak®
" Sem as Asas de Minha Liberdade Pereço"
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Textos
Nascida em uma família de origem humilde e sem estrutura , Marisa precisou muito cedo sair para trabalhar,
porém não era isso que idealizava para sua vida,
grandes planos habitavam seus sonhos
e diante de uma oportunidade reagia positivamente, só depois analisava quais as reais vantagens, agarrava todas
como se fosse o ar para sobreviver.
Viveu de tudo nesse tempo, foi abusada por gente confiável, passou muita fome, pediu esmolas e teve uma infância muito pobre,
mas com sua garra buscava um novo horizonte
e jamais deixou de ter esperança.
Trazia consigo a ideia fixa de que iria mudar
seu destino afinal não era aquilo que programara para sua vida. Sua mãe uma senhora isenta de qualquer recurso fosse o financeiro ou o da inteligência desprovida de
qualquer bagagem que pudesse um filho herdar,
vinda de dias de sofrimentos constantes, a falta
de cultura e o fracasso no casamento.
E foi assim por um longo tempo na vida de Marisa
que um dia deu um basta a tudo naquela vida de loucos,
pois os pais sempre se entendiam naquele
amor sem vergonha e os filhos sofriam com
toda instabilidade de uma vida sem qualquer alicerce.
Várias mudanças de residências aconteceram, uma vez que o arrocho financeiro impedia saldar os alugueis
e acabavam despejados, porém nada
abalava Marisa que tinha a ideia fixa de conquistar
uma posição melhor e segura.
Aos dezesseis anos enamorou-se de um rapaz
totalmente diferente do pai, um jovem que não bebia
nem fumava, de boa índole e costumes, pois ele
era religioso e não gostava de farras, mas tinha
outros problemas que ela preferiu ignorar,
pois era o pai que idealizava para seus filhos
e imaginava ser o cúmplice pela vida inteira.
Mas como tudo na vida de Marisa era sacrificado o relacionamento não progrediu, ela não se
deixou abater e continuou sonhando, trabalhando
muito para cuidar e zelar pelo bem estar de seus filhos.
Queria oferecer a eles algo melhor e mais consistente
do que ela havia recebido em todo o tempo de existência.
Em uma ocasião de sua vida conheceu uma pessoa
que a princípio parecia ideal, leal, gostava de seus filhos
e isso a estimulou e encheu de esperança
a recomeçar um novo relacionamento.
Marisa se dedicou de corpo e alma para o sucesso dessa união assim como fez desde a primeira vez.
Mas foi muito complicado, pois o escolhido não se desprendeu de seu antigo lar onde sempre voltava e ainda carregava uma culpa monstruosa por ter deixado a família pelo amor de Marisa.
Ela por sua vez fingia não ver e toda vez que tentava dialogar sobre o ocorrido ouvia “por favor não fale mais de minha família”. Em datas comemorativas como o Natal ele presenteava os filhos longe de Marisa para ela não perceber a disparidade entre os filhos do casamento e os enteados que ele deveria adotar como filhos , dando aos dela que dividiam o dia a dia com ele aguentando todas as horríveis mazelas,
o descaso apenas com pequenas lembranças.
Passado o tempo, Marisa nunca era incluída nos assuntos pessoais e nem nas festas de família que ele frequentava assiduamente, nem com o passar do tempo ele mudou suas atitudes,
era sempre a mesma coisa.
Excluída totalmente de suas atividades diárias, para ela e a casa que o acolheu sobravam as reles migalhas afinal tudo era direcionado a antiga família, que claro não devia ser esquecida. Porém não priorizada.
Após algum tempo veio o término de alguns imóveis que vinham sendo construídos por ele que logicamente fato que não era compartilhado com Marisa, apesar de estar com ela e jurídicamente possuia direitos sobre os mesmos.
Mas ela não "sabedora de nenhuma de suas atividades", e sim a outra família, ela e os filhos eram taxados como
inconvenientes e que ele como bom samaritano
tolerava a bem da generosidade.
E quando finalmente tomou posse dos tão esperados imóveis mudou-se para um deles e o outro ofertou
a sua antes mulher que sempre teve uma
grande importância na sua vida.

Até que certo dia ele adoeceu gravemente e a tal família o abandonou totalmente, chegando mesmo a mudar - se de medo que Marisa não cuidasse a contento do adoentado, mas Marisa briosamente ficou ao lado do companheiro, abandonando sua casa, pernoitando na cabeceira da cama do doente direto sem intervalos por três longos meses e a outra família não tomou conhecimento da enfermidade e das consequências como, por exemplo, um delicado procedimento cirúrgico.
O segundo plano fazia parte da vida de Marisa por longo tempo, mesmo com dedicação exclusiva ele deu ouvidos a fofoca dos amigos do peito fez da vida de Marisa
um inferno com acusações infundadas.
Passando novamente por uma fase muito difícil financeiramente Marisa precisou deixar de frequentar o clube em que ela era sócia desde dezoito anos,  mas o sujeito continuou com suas regalias e luxos não se importando com o constrangimento sofrido por Marisa que se retirara do rol de sócios do clube por falta condições financeiras para saldar as parcelas mensais
para a manutenção do titulo.
Assim ela continua considerando o companheiro dando a ele várias chances para ser um casal, mas ele preferia a companhia dos amigos e filhos excluindo totalmente de sua
vida social sua fiel aliada .
Marisa cansou-se e resolveu que era hora de sair de cena e em um desses delírios que o acometia constantemente deu um basta, e era notória sua capacidade de idiota, chamando a todas as mulheres de queridas e sendo cortês com elas sendo que com Marisa era um homem seco e sem nenhum carinho a não ser que fosse para o relacionamento sexual nessas ocasiões era todo chamegos, insensivelmente ele desconhecia os gostos de uma mulher , todas sem exceção querem ser amadas e acarinhadas
todos os dias e não só na hora do coito.
Tinha ainda o outro lado da moeda, afinal Marisa não sabia o que ele fazia durante seu dia e noite,  pois era totalmente excluída de sua rotina e quando insistia em saber era chamada de “mala”
e de ser possessiva e outros atributos jocosos.
Marisa hoje é feliz faz o que gosta é livre não deixou esse sujeito violar sua autoestima, continuou linda e sensual causando grandes comentários na pequena cidade onde moravam, mas ele continuava amigo das más influências do ciclo onde
frequentava, mas se merecem.
E quando o final do ano se aproximava ele se transformava e provocava algum desentendimento, brigas e tempestades para passar o Natal e ano novo com sua linda família que na hora das desventuras sempre o abandonou.
 As festas eram sempre com amigos em sua maioria mulheres, afinal sempre teve a ilusão de arrumar uma mulher que o compreendesse coisa que ele nunca deixou de procurar.
O maior desejo de Marisa é que ele encontre
esse alguém tão especial.
Marisa finalmente libertou-se desse carma ou será uma maldição que abateu sobre sua vida?
Vive feliz e intensamente cada minuto do seu tempo deixando todas as tristezas para trás e como sempre recomeçando do zero, exorcizada de tudo que não serve,
jogando fora cargas que não lhe pertencem,  pois essa sempre fora sua meta desde que nasceu.
Então Marisa realmente amou-se ainda mais e esta, plena e realizada como mulher e não permitindo que gente pequena estrague sua história de vida que está apenas começando a ser escrita e com certeza como nos contos de fada terá um final feliz. Enfim Marisa respira serenamente sem levar remorso algum deleitando de um merecido descanso e longe de seres fracassados e sem amor próprio vivendo apenas para mostrar seu sorriso que enfeita seu rosto,  porém não traduz sua alma, e nem revela detalhes do seu legado de vida... Marisa uma mulher e uma história cheia de nuances que como um arco-íris vem sempre espalhar seus tons depois da tempestade...

 
Penélope Lsteak
Enviado por Penélope Lsteak em 09/12/2013
Alterado em 10/12/2013
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